Blog Clave de Sol - ano IV


20 março, 2007

Saudades... Eterna Saudades

Saudade... saudade... como dói a saudade.
Sinto falta daqueles nossos olhares de compreensão, da companhia de todas as horas, mas todas mesmo. Parceirão, amigo, companheiro... se eu saísse de casa, ia até a frente comigo e no portão só faltava falar... “vai, mas não demora que estarei esperando com saudades”... e não importava a hora de chegar em casa, você estava lá no portão esperando e seguia os meus passos até dentro de casa. Eu sentia que a minha chegada te deixava feliz, alegre... com teu jeitinho meigo fazia suas travessuras e carinho pra me agradar. E sempre retribui com muito afeto e carinho.
A gente conversava do nosso jeito, os outros poderiam não entender, mas a gente sempre se entendeu, né meu Véio? Eu te chamava assim, porque fazia aquele som de resmungo, baixinho, que nem um véinho... eu te chamava carinhosamente e tu sempre me atendia.
Véio, veinho, tonton, tonzinho, fofucho, amorzinho, amadinho, dorminhooooco, preguiiiiiiça... e por ai infinitas maneiras de chamar quem me dava carinho, principalmente nas horas das minhas tristezas... você sentia que eu não estava bem e vinha para eu me sentir protegida, amada, acarinhada. Como eu me sentia melhor quando você chegava pertinho nessas horas.
Sentar no sofá para ver televisão, ficar aqui na internet, sentar lá no pátio para tomar chimarrão, tomar banho de sol no verão, no inverno lagartiar um pouco para se aquecer, preparar uma comida, não será mais a mesma coisa sem você sempre junto. Até quando eu ia no banheiro, você ficava do outro lado da porta, esperando eu sair.
Sentirei falta das corridinhas malucas dentro de casa e depois do almoço, entrar correndo para deitar no sofá, mesmo sabendo que podia, mas vinha correndo... eu entendia como graça... avisando, “to entrando família, vou tirar uma soneca”.
E das vezes que eu me distraia da hora e você com fome, vinha aqui me chamar, não parava até eu levantar e ir preparar aquela comida especial e aquele leitinho morno que tomava com gosto.
Quando a porta estava fechada, às vezes ficava sentado esperando que alguém abrisse para entrar, ou então, chamava insistente, até que abrissem a porta.
Dorminhoco era você, dizem que a média é 14 horas por dia e eu te dizia que nada, tu é muito dorminhoco, dorme mais. Às vezes a concorrência era grande entre a gente,... quem acorda primeiro???
Quando adoeceu, naquelas velhas brigas que machucou o olho, eu te cuidei... dei carinho, levei na médica, segurei você e dizia, calma que vai ficar tudo bem, isso é pro teu bem. Nem saia da cama, fraquinho, sentindo dor... eu ao lado te acariciando, te dei comida na boca, com pena, pois nem forças tinha para comer aquela comida gostosa que eu preparava. Perdi noites de sono, cuidando você... qualquer movimento, eu já acendia a luz para ver se estava tudo bem.
Foram quase 2 anos, mas posso dizer que todos os momentos foram maravilhosos ter tua companhia, tua presença em minha vida.
Que São Francisco de Assis te receba de braços abertos e com aquele carinho acolhedor.
Eu estou aqui, triste, sentindo falta de tudo isso... parece que você irá aparecer a qualquer momento, em cada canto da casa, cada coisas que irei fazer, sinto você ainda junto... como sempre querendo dar fé de tudo.
TOM, te dei esse nome, por vários significados, por lembrar da minha infância... é o personagem que eu mais gosto, por significar música, como som e como cantor e compositor espetacular, por artista renomado do cinema, e por ser você, meu TOM... tua lembrança estará para sempre em meu coração...

Meu eterno amigo, TOM...

1 Comments:

  • Que coisa linda e triste...
    Lembrei agora do dia em que perdi o meu grande companheiro de todas as horas, Klaus. Apesar de ele ter ido ha mais de um ano, até hoje choro por causa desse cãozinho ='(

    Muita paz..

    By Anonymous Anônimo, at 24/3/07 10:17 AM  

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